O voto do senador Rogério Carvalho (PT-SE) a favor das emendas de relator na noite de segunda-feira (29) foi recebido criticamente no partido. O posicionamento do parlamentar foi decisivo para a aprovação da matéria no Senado.
O Congresso Nacional aprovou um projeto de resolução que busca atender a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) a respeito das emendas de relator, verbas que se tornaram moeda de negociação política do governo Jair Bolsonaro com parlamentares.
Carvalho contrariou a orientação contrária da bancada do PT e o voto de todos os seus correligionários. A proposta foi aprovada com 34 votos a favor e 32 votos contrários.
"Foi posição isolada e muito grave", diz Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente do PT, ao Painel. "Vamos fazer uma manifestação formal além da mensagem no Twitter que já soltamos".
Petistas têm cobrado internamente e nas redes sociais alguma punição a Carvalho. Sobre isso, Gleisi afirma que "qualquer outra medida será decorrência da decisão de instância partidária".
Nesta terça (30), Carvalho disse que seu voto desta segunda-feira se deu por reprovação à ingerência do STF sobre o STF.
"Somos uma casa parlamentar. O que foi aprovado foi aprovado por unanimidade. E houve uma ingerência, uma forma de outro poder ingerir sobre o Legislativo. Como membro da Mesa do Senado Federal, que subscrevi todas as ações junto com os demais membros ao STF, caberia a mim ter a coerência na defesa da institucionalidade do Congresso", disse Carvalho durante sessão da Comissão de Constituição e Justiça.
Ele também afirmou que vai apresentar nova proposição para extinguir as emendas de relator.
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