A Polícia Federal fez diligências, nessa terça-feira (27), em várias gráficas contratadas pela chapa da ex-presidente Dilma Rousseff e do presidente Michel Temer, nas eleições de 2014. A operação foi ordenada pelo Tribunal Superior Eleitoral.
O Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo serviu como base de apoio para a operação. A PF foi em busca de mais informações sobre as empresas que foram contratadas pelas gráficas que prestaram serviços para a campanha da chapa de Dilma e Temer. A suspeita é que essas empresas não prestaram os serviços contratados.
Recentemente, as gráficas investigadas tiveram o sigilo bancário quebrado. As movimentações financeiras, analisadas pelos investigadores, levantaram suspeitas. Para os procuradores do Ministério Público Eleitoral, há fortes traços de fraude e desvio de recursos repassados às empresas contratadas pela chapa presidencial eleita em 2014. A Polícia Federal, então, sugeriu a realização de novas buscas nas empresas diante dos indícios de desvio de recursos de campanha e o TSE autorizou a operação.
Na decisão, o ministro Herman Benjamin, corregedor do TSE, destacou a "aparente ausência de capacidade operacional das empresas subcontratadas e o recebimento de elevados valores por pessoas físicas e jurídicas sem justa causa demonstradas.
De acordo com a investigação, essas empresas não tinham estrutura para entregar produtos contratados pela chapa eleita, como impressão de material gráfico e montagem de palanque. Ou seja, o dinheiro repassado às gráficas pode ter sido desviado para outras finalidades, de acordo com os investigadores.
Os agentes da PF estiveram em cerca de 20 locais em três estados: Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina. Seguindo a determinação do TSE, as diligências deveriam se ater à constatação 'in loco' do objeto social da empresa e da capacidade operacional das empresas contratadas, além de verificar documentos contábeis e fiscais e a realização de entrevistas ou depoimentos com as pessoas responsáveis pelas empresas.
As informações colhidas nessa terça (27) serão encaminhadas ao TSE para embasar a ação, apresentada pelo PSDB, que pede a cassação da chapa PT-PMDB por suspeita de crime eleitoral. O processo ainda está em fase de coleta de provas. A expectativa é que o julgamento ocorra ainda no primeiro semestre do ano que vem.