Por G1


Área próxima à mesquita é isolada em Quebec — Foto: Mathieu Belanger/Reuters

A polícia do Canadá descartou o envolvimento de um dos dois suspeitos presos após o ataque a uma mesquita de Quebec, no Canadá, que deixou 6 mortos e 8 feridos. Segundo a polícia, um dos dois detidos agora é considerado uma testemunha.

"A Polícia de Quebec (SQ) confirma que um dos indivíduos presos na noite passada em conexão com o atentado de Quebec é considerado suspeito", indicou a polícia. "Após investigação, o outro indivíduo está sendo tratado como uma testemunha", declarou a SQ em sua conta no Twitter.

Dois homens foram presos após o tiroteio na noite deste domingo no Centro Cultural Islâmico que foi classificado pelo premiê canadense Justin Trudeau como um “ataque terrorista”. Existe a possibilidade de um terceiro continuar foragido.

Ao anunciar que um deles deixou de ser considerado suspeito, a polícia não citou nomes. De acordo com a imprensa local, o estudante de Ciência Política Alexandre Bissonnette seria o indivíduo considerado suspeito e teria telefonado à polícia para se render.

Ainda segundo a imprensa, o estudante canadense de origem marroquina, Mohammed Khadri, foi ouvido como testemunha e liberado.

Policiais caminham em região próxima ao ataque em Quebec — Foto: Mathieu Belanger/Reuters

A polícia e testemunhas haviam indicado inicialmente que dois homens mascarados abriram fogo dentro da mesquita no momento da oração. Uma pessoa foi presa perto da mesquita e uma segunda telefonou às autoridades para admitir participação no crime, segundo havia explicado Denis Turcotte, inspetor de Quebec.

Refugiados

O motivo do ataque ainda não foi esclarecido. Segundo a imprensa local, a mesquita sofreu atos de vandalismo e mensagens xenófobas nos últimos meses. Uma cabeça de porco foi deixada diante da porta do templo durante o Ramadã, em junho de 2016, segundo a France Presse. Outras mesquitas do Canadá foram alvos de frases racistas nos últimos meses.

O ataque acontece no momento em que o Canadá promete abrir as portas aos muçulmanos e refugiados, depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um polêmico decreto que suspende a entrada dos refugiados e cidadãos de sete países muçulmanos, o que provocou o caos nas viagens e indignação no mundo.

O Canadá oferecerá temporariamente vistos de residência a várias pessoas retidas no país como resultado do decreto de Trump, informou no domingo o ministro da Imigração, Ahmed Hussen.

Mesquitas na Holanda

Grandes mesquitas na Holanda decidiram nesta segunda fechar suas portas durante os momentos de oração como medida de segurança após o ataque em Quebec. Os conselhos de administração da Mesquita Azul de Amsterdã, a de Essalam de Roterdã, a de As-Sunnah de Haia e a de Imar al Farouq de Utrecht tomaram a decisão em reunião de urgência para garantir a segurança dos fiéis, informou a agência "ANP".

Trata-se de uma medida "rigorosa", levando em conta a política de portas abertas destes locais de culto, disse um porta-voz das mesquitas. Além disso, as mesquitas desdobraram guardas e a Mesquita Azul da capital instalou câmaras de segurança.

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