Mercados

Ibovespa fica no zero a zero; Marfrig sobe quase 5%

12 ago 2020, 18:33 - atualizado em 12 ago 2020, 18:33
XP Inc Mercados Ações
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,06% (Imagem: XP Inc./LinkedIn/Reprodução)

O Ibovespa (IBOV) fechou praticamente estável nesta sessão, marcada por vencimento de opções sobre o índice e do Ibovespa futuro, com uma bateria de resultados corporativos previstos ainda para essa quarta-feira, entre eles o de Marfrig (MRFG3), cuja ação figurou entre os destaque positivos.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,06%, a 102.117,79 pontos, perdendo fôlego no final da manhã, após subir a 103.116,11 pontos no melhor momento O fechamento, porém, marcou uma melhora ante a mínima da sessão, quando chegou a 100.697,78 pontos.

O volume alcançou 43,8 bilhões de reais, inflado pelas operações relacionadas aos vencimentos.

A cena corporativa doméstica também destacou anúncio de acordo entre a StoneCo (STNE) e a Linx (LINX3), na noite de terça-feira, além dos balanços de RD (RADL3), BR Distribuidora (BRDT3) e XP Inc (XP).

Após o fechamento, estão previstos os resultados de BRF (BRFS3), Eletrobras (ELET3; ELET5; ELET6), MRV (MRVE3), Ultrapar (UGPA3), Taesa (TAEE11) e Via Varejo (VVAR3).

Salim Mattar
A saída de Salim Mattar pesou sobre os negócios nesta quarta-feira (Imagem: Antonio Cruz/Agência Brasil)

Debandada

O pregão ainda teve de pano de fundo a saída dos secretários especiais do Ministério da Economia Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização), com o ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmando que houve uma “debandada” da sua equipe.

Na visão de Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimentos, o cenário externo não está muito bom, mas também não tão ruim, com notícias sobre vacinas e percepção de que algum acordo será alcançado nos EUA para mais ajuda à economia.

“O problema é que no Brasil há um cenário pior”, avaliou, citando a saída de mais dois membros da equipe econômica como o evento mais recente, em movimento que começa a trazer preocupação sobre o discurso mais pró-economia, pró-reformas.

Franchini acrescentou que o receio no mercado é de que a estratégia do presidente Jair Bolsonaro de aumentar a sua base de apoio no Congresso acabe enfraquecendo Guedes e sua estratégia de ajuste das contas públicas.

“Pode ser que não seja nada e daqui a um mês as coisas voltem ao normal, mas hoje sem dúvida são pontos que o mercado está muito de olho; e uma eventual saída desse racional econômico que foi o que ajudou a eleger Bolsonaro causaria um grande desgaste para os investidores.”

No exterior, a trajetória ascendente prevaleceu em Wall Street, onde o S&P 500 (SPX) subiu 1,4%, apoiado em papéis de tecnologia, enquanto agentes continuam monitorando negociações para novos estímulos fiscais nos EUA.

marfrig
As ações da Marfrig subiram em antecipação ao resultado do segundo trimestre (Imagem: Facebook/Marfrig)

Destaques

Marfrig (MRFG3) fechou em alta de 4,77%, tendo no radar balanço do segundo trimestre após o fechamento. No setor, JBS (JBSS3), que reporta os números na quinta-feira, subiu 2,57% e Minerva (BEEF3) avançou 1,69%, tendo de pano de fundo ainda a alta do dólar ante o real. BRF (BRFS3), que também mostra o desempenho trimestre nesta quarta-feira, subiu 1,48%.

Via Varejo (VVAR3) recuou 3,09% antes da apresentação do balanço, pior desempenho entre as ações associadas ao comércio eletrônico, com B2W (BTOW3) subindo 0,22% e Magazine Luiza (MGLU3) caindo 1,15%.

Eletrobras (ELET6) caiu 3,36% e ELET3 recuou 2,13%, antes da divulgação do balanço prevista para após o fechamento do mercado e tendo como pano de fundo a saída de Salim Mattar por insatisfação com o andamento das privatizações.

Vale (VALE3) subiu 2,02%, recuperando-se após fechar em queda de 3% na véspera, com o setor de mineração e siderurgia apresentando performance mista, com Usiminas (USIM5) em alta de 1,89%, enquanto Gerdau (GGBR4) perdeu 0,22% e CSN (CSNA3) recuou 0,79%.

Petrobras (PETR4) avançou 1,73%, na esteira da alta dos preços do petróleo no exterior. O Brent terminou com elevação de 2,09%.

B3 (B3SA3) avançou 1,08%, após ajuste negativo nas últimas três sessões, com perda de 5%. A companhia divulga balanço na quinta-feira, após o fechamento do pregão, e há expectativa de números fortes em razão do aquecimento do mercado de capitais no país.

Azul Conecta
A Azul fechou acordos com os arrendadores das suas aeronaves (Imagem: Divulgação/Azul)

Azul (AZUL4) recuou 1,89%, mesmo após fechar acordos para novo perfil de pagamento a seus arrendadores de aeronaves que resultarão em uma economia de capital de giro de 3,2 bilhões de reais do início da crise até o final de 2021. No setor, GOL (GOLL4) fechou em baixa de 3,85%.

RD (RADL3) recuou 2,48%, após divulgar lucro líquido de 60,2 milhões de reais no segundo trimestre do ano, queda de 60% ano a ano, conforme as medidas de restrição de circulação por causa da pandemia de coronavírus continuaram afetando as operações da rede de varejo farmacêutico.

Linx (LINX3), que não está no Ibovespa, cedeu 6,98% depois de disparar mais de 30% na véspera. Após o fechamento do pregão na terça-feira, a Stone anunciou acordo para unir sua área de software com a Linx. Em Nova York, Stone (STNE) caiu 5,92%. Ambas também divulgaram balanços.

XP Inc (XP) recuou 1,73% nas negociações em Nova York, após disparar mais cedo quase 12%, para cotação intradia recorde de 52,94 dólares, na sequência do resultado do segundo trimestre, quando mais que dobrou o lucro sobre um ano antes.

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