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Morre Sérgio Ricardo, ícone da bossa nova e do Cinema Novo, aos 88 anos

Jun.2020 - Sérgio Ricardo em foto do Instagram - Reprodução
Jun.2020 - Sérgio Ricardo em foto do Instagram Imagem: Reprodução

Do UOL, em São Paulo

23/07/2020 14h42

O artista Sérgio Ricardo, que participou de movimentos decisivos da cultura brasileira durante o século 20, incluindo a bossa nova e o Cinema Novo, morreu na manhã de hoje aos 88 anos. A família citou insuficiência cardíaca como causa da morte.

Ricardo estava internado no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, desde abril, quando contraiu a covid-19. A filha do músico disse que ele se curou da doença, mas precisou continuar internado por problemas cardíacos.

Suas expressões nos deram e darão ainda muita alegria, mas até os mais inspiradores guerreiros precisam descansar. Sérgio será sempre mais que Sérgio, mais que João. Estará para sempre em toda diversidade que nos cria. Nosso compositor de múltiplos, que faz o braço ser mais que um braço, a voz ir mais além que uma só voz, o um ser sempre 'um mais um'."
- Família de Sérgio Ricardo sobre sua morte

Início com Tom Jobim

Nascido em Marília, interior de São Paulo, o músico se mudou para o Rio nos anos 1950 para trabalhar como pianista em casas noturnas. Foi quando conheceu Tom Jobim, e começou a compor suas próprias músicas.

O disco "A Bossa Romântica de Sérgio Ricardo", de 1960, deu o pontapé inicial na carreira, que marcou hits como "Pernas", "Zelão", "Beto Bom de Bola" e "Ponto de Partida".

Momento de ira

No Terceiro Festival de Música Popular Brasileira, em 1967, Sérgio Ricardo foi protagonista de um momento antológico: após ser vaiado ao cantar "Beto Bom de Bola", quebrou o próprio violão e jogou na plateia — a cena foi parar até no documentário "Uma Noite em 67" (2010).

Cinema

Como ator, diretor e compositor de trilhas sonoras, Sérgio Ricardo também foi nome importante do nosso cinema. Nos anos 1960 e 1970, dirigiu títulos como "Êsse Mundo é Meu" (1964), "Juliana do Amor Perdido" (1970) e "A Noite do Espantalho" (1974).

Também foi parceiro de Glauber Rocha em dois clássicos da filmografia do cineasta, escrevendo as trilhas de "Deus e o Diabo na Terra do Sol" (1964) e "Terra em Transe" (1967).